domingo, abril 02, 2006

Último dia !

Não tava nem um pouquinho afins de escrever mais no blog, mas tá chovendo pracas lá fora e só tá passando merda nos vários três canais de TV daqui (vide post anterior) então não tenho saída - preciso me entreter.
Na real, é mais um desencargo de consciência pois meu bebê (o micro) irá ser carregado por seres mágicos e teleportado até minha casa no Brasil amanhã (assim quero acreditar, ao invés de dois brutamontes com barba por fazer, que irão carregar meu micro amado até um caminhão imundo e fazê-lo voar dentro de um compartimento de avião)então acho que essa é a despedida derradeira de minha vida eletrônica por aqui.
Hoje foi meu último dia de trabalho - cheguei às quatro da matina como manda a empresa e fui achando que esse seria mais um daqueles domingos teta, quase nada para fazer, poucos pedidos e muita cossação de saco para meu último dia. Alegria de pobre dura muito pouco mesmo.
Os pedidos vieram estratosféricos e a quantidade de comida para repor na geladeira (esta semana os outlets estupraram minha geladeira) era simplesmente desolador... ...que porra de último dia foi esse ?
Corre daqui, corre de lá, mas a ficha de que era o último dia ainda não tinha caído, não tive tempo de assimilar durante a última semana por estar sempre ocupado ou cansado, sei lá, mas foram os últimos minutos de uma dramaticidade mexicana.
Não sabia bem o que fazer, falar um tchau geral,abraçar todos, não abraçar... ...quem quis me abraçou, quem não quis ficou de mandar e-mail, mas falar tchau para pessoas que possivelmente você nunca mais verá na vida é complicado demais, eu já devia estar acostumado mas não.
Oscar, por sua vez pôs a mão no meu ombro e disse que vai sentir minha falta (vindo dele, é o mesmo que um abraço apertado e um beijo no rosto, acreditem) pois chef não abraça e não tem emoção - a gente cozinha e odeia o mundo fora da nossa cozinha.
Na Sexta-Feira, fomos tomar umas biritas no Palace pela minha despedida, da mulher da padaria também e de mais um cara que nem lembro o nome (e que não apareceu) então o povo resolveu fazer uma "gang-bang drinking" com todos reunidos e bebendo as custas do executive Chef que faz uma baba por ano e todos esperam que pague (Amém).
Comecei a beber às três da tarde e lá pelas 8 já estava babando de bêbado - cada pessoa que me via me pagava um shot de tequila (um por um) chegavam pra mim e falavam "fulano quer tomar uma tequila com você" e eu ainda estava me recuperando da última "aonde que ele estava há dez segundos atrás, quando eu virei o último ?".
No final, consegui ir embora antes de dar um vexame e me arrastei até minha casa de onde acordei para trabalhar as três da manhã numa ressaca violenta no Sábado.
Terei mais uma noite de bebedeira com Jake, Vanessa e mais uns amigos chegados pois eles estavam trabalhando na Sexta e não puderam comparecer.
Tenho muita grana para receber de depósito de apartamento, da venda das minhas tralhas e ninguém pode me pagar antes da minha partida - agora ferrou de verdade.
Pelo menos vou receber da Skycity antes de ir embora.
Deus me ajude.

Me desejem sorte e até o Brasil.

Blog do Giovani




Mais um blogueiro na área - Giovani Cabeleireiro, lembram dele ??
Nao ?? F@d@-se, entra lah e da uma espiada para ver o que ele anda fazendo.

Blog é isso, é cooperação, é união, é propaganda enganosa gratuita - salvem os blogueiros carentes...

http://giovanibc.blog.terra.com.br/

Se quiser marcar hora, acho que dá pelo blog...

Giovani - valeu muito pela força que vc tem me dado, um grande amigo desses não aparece do nada - é preciso muita cerveja e conversa fora até chegarmos nesse estágio.

sábado, abril 01, 2006

Do que não irei sentir saudades.



Pois é, agora tenho que ver o lado bom - as coisas que precisam seriamente serem deixadas para trás.
Uma delas são as propagandas de rádio (ligado o tempo todo em todas as cozinhas que trabalhei), são péssimas, hoje mesmo ouvi uma de uma advogada oferecendo seus serviços pelo rádio (multas de trânsito, entorpecentes, delitos médios e graves, salgadinhos em geral) o detalhe é a voz da fulana : fina, estridente e tão irritante que chega a doer em meus ouvidos. Cada vez que ouço imagino essa mulher, de cabelos armados, cheios de mousse ou sei lá o que essas mulheres usam para parecer o Rei Leão, roupas com espampas floridas grandes,uma grande pasta cheia de adesivos da Minnie, maquilagem carregada e à passos largos entrando no tribunal e a cara do Meretíssimo pensando "Meu Deus ! Ela de novo NÃO !!!".
O primeiro comercial que vi na TV há três anos atrás também não é uma obra-prima (continua no ar) que compõe-se de três marmanjos gordos e carecas cantando "show your crack" enquanto takes mostram pessoas no carro olhando para o pára-brisas estilhaçado e sorrindo enquanto falam "Novus" (como se alguém morresse de alegria quando uma pedra atinge o pára-brisas) e volta para os trogloditas cantando "Show us your crack !!" algo como "mostre-nos a sua racha". Lamentável para não dizer sem senso de ridículo.
A chuva de Auckland é outra coisa da qual não gosto nem de pensar - me deprime só de imagina-la, a umidade que atravessa as roupas e a imprevisibilidade das pancadas são de um humor tão duvidoso que parece até pessoal (geralmente a chuva me pega EXATAMENTE no meio do caminho para o trabalho, ou do trabalho para casa) chego a gritar quando acontece. Digamos que a neve também não atingiu tão alto conceito em minha escala, neve é bom para esquiar e só, conviver com a maldita é outra história.
Os cabelos dos kiwis, claro que existem as exceções mas estas jamais cobrirão os atentados capilares cometidos nos salões daqui - são uma mistura de anos 80 com 70 adicionados os devidos toques de modernidade (uma tragédia) que resultam em mohawks bicolores, Mullets (sim, arrepiado na frente e compridinho atrás) desfiados all-way, cabelos pretos com as pontas extra-loiras e os tão clássicos Black-powers (que na real, eu até acho alguns legais, mas 99% poderia ter ficado nos anos 70).
O trânsito aqui, mais parece uma multidão de pessoas acima de 90 anos dirigindo entre si, vira-se para qualquer lado, a qualquer momento, dirige-se muito devagar e acima de tudo estacionarás em mão-dupla sempre, ainda que o próximo buzine e descabele-se tudo que farás é : acenar e fazer aquela carinha estúpida de "desculpa" sem mover-se um centrímetro. Só matando.
Acordar de madrugada para trabalhar também não deixará saudades - precisa explicar ?
Pessoas ?? De algumas é claro que vou ficar com saudade, de outras, digamos apenas que posso passar o resto da vida sem. Sem detalhes afinal.
Das paredes de gib (placas de gesso) que possibilitam 99% do som de chegar através e que caem se você tentar colocar um prego, apenas adeus - parede tem que ser de tijolo - se você tentar correr contra uma, sua cabeça deverá rachar e não o contrário.
Dos três únicos canais de TV (que não tem pena dos espectadores) eu apenas direi que foram úteis por falta de opção melhor (eu sempre respeito TV - amiga, amante, babá e educadora) mas sinceramente que saudades da Rede Globo, aonde os noticiários tem gráficos incríveis, os filmes são bons de vez em quando e os apresentadores não parecem terem fugido do maquiador e cabeleleiro antes de entrar em cena.
Da comida indiana disponível à cada esquina, posso sobreviver sem, obrigado, do fogão elétrico melhor ainda, Vegemite (uma pasta horrorosa de passar no pão), batata em geral (muuuito popular com... tudo), o engordurado Fish & Chips (há meses não ponho na boca), dos preços do supermercado (especialmente frutas e verduras, carne) e da falta de suco de uva decente - um sacrifício comprar qualquer suco decente por aqui. Minha maior e melhor cura para ressaca sempre foi suco de uva (não me pergunte porquê, tenho fissura quando estou de ressaca).
Enfim... ..milhares de coisas das quais poderei passar o resto da vida sem.

Agora... ...posso estar seriamente viajando...

...mas será que vou sentir saudades de odiar essas coisas ??? Hmmmmm...
 
Zilek : Immobilier Vervins
Immobilier
Vervins